Crise reflete em aumento de preços nos supermercados

O cenário de crise econômica vivenciada pelo país já pode ser sentido no bolso do consumidor cuiabano. Os economistas apontam que os preços dos produtos nos supermercados sofreram aumentos de pelo menos 40% e que o brasileiro precisa redobrar a atenção e se planejar, antes de fazer as compras de casa.

Para agravar o quadro, não há expectativa, para os próximos meses, de previsão da redução desses preços, conforme o economista Edisantos Amorim.

“O aumento somado, dependendo do produto, pode chegar a 40% somente em impostos, fora o ganho real de mercado. Isso porque os preços dos supermercados são baseados na taxa básica de juros, a chamada taxa Selic. Como este índice é nacional e o país não passa por um bom momento, as expectativas não são boas. Então, a tendência é de retração da economia”,afirmou .

Mesmo Mato Grosso sendo o principal produtor de alguns tipos de produtos, como a carne, por exemplo, o especialista informa que os preços dessas mercadorias não são dos melhores no Estado por que os impostos criam a tendência de exportação. 

"Hoje, no país, é mais barato vender para fora e depois importar, do que comercializar diretamente aqui. Enquanto a economia não apresentar uma recuperação, a situação dos brasileiros não deve melhorar"

“Hoje, no país, é mais barato vender para fora e depois importar, do que comercializar diretamente aqui. Enquanto a economia não apresentar uma recuperação, a situação dos brasileiros não deve melhorar”, disse. 

Como o aumento dos valores dos produtos de consumo está generalizado, principalmente com a repercussão dos ajustes de custeio como água, luz, combustível, manter o padrão de vida ou de consumo está muito arriscado para as famílias brasileiras. 

Para a técnica em enfermagem Maria Lúcia, a pesquisa de preços nos supermercados se tornou uma rotina. Ela afirmou se manter atenta aos dias de promoções e aos produtos diferenciados. 

“O supermercado pesa muito no orçamento final da família e, como tudo está tão caro, tive que ficar mais atenta ao que vou levar para casa. Eu chego a frequentar em média três redes de supermercados diferentes no mesmo mês, aproveitando as promoções”, afirmou.

Ainda assim, de acordo com técnica, a economia não é muito, "mas pelo menos consigo manter o padrão de alimentação que a família adotou".

Já para o auxiliar de motorista José Carlos, pai de sete filhos, as coisas estão um pouco mais apertadas. 

“Hoje eu penso muito antes mesmo de vir ao mercado. Muitas vezes venho com a lista, mas, mesmo assim, às vezes tenho que fazer substituições de última hora. Antes passava o mês todo com uma compra na média de R$ 600, mas hoje, se não tomar cuidado, esse valor não dá para o meio do mês”, revelou. 

A instrutora de academia Lidiana Maria dos Santos afirmou que, em sua casa, a rotina de vida também está sendo alterada. 

Bruno Cidade/MidiaNews
A técnica de enfermagem Maria Lúcia dribla a alta de preços nos mercados com muita pesquisa

“Antes eu comia mais na rua, mas hoje estou bem atenta às promoções dos supermercados, substituindo produtos de marcas que eu gostava muito para consumir algo semelhante de outras marcas e mudando o cardápio” , contou. 

Preços elevados


Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com o fechamento em maio apontam que outros serviços, além da alimentação - como o ovo, cujo preço subiu 23% -, estão "pesando" no bolso do consumidor.

Segundo o levantamento, a conta de luz subiu 60% nos últimos 12 meses, enquanto as refeições em restaurantes sofreu um aumento de 11%.

Bruno Cidade/MidiaNews
Para José Carlos, pai de sete filhos, a atenção tem que ser redobrada na hora das compras do mês, para não se endividar
A gasolina aumentou 8%, enquanto produtos de limpeza básica, como o detergente em pó, sofreu um reajuste para cima de 47%.

Quando o assunto é diversão, a situação não muda. A entrada nos cinemas recebeu o reajuste de 24%, conforme o IBGE.

Inflação


O economista Edisantos Amorim aponta que, além da taxa Selic, a inflação que, em 2015, alcançou recordes negativos, também contribui significativamente para o aumento dos preços de produtos e serviços.

Com isso, o mercado voltou a elevar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 8,37% para 8,39% em apenas uma semana.

Trata-se da sétima semana consecutiva em que o indicador é ajustado para cima.

Bruno Cidade/MidiaNews
Economista Edisantos Amorim: consumidor deve ficar atento para não se endividar
“Se a estimativa for confirmada, a inflação estourará o teto da meta, de 6,5%, em 2015, e registrará o maior índice desde 2003, quando chegou a 9,3%. Outro ponto é a projeção da retração de 1,27% no resultado do PIB deste ano. A estimativa anterior era de um recuo de 1,24%. Se for concretizado, este será o pior desempenho da economia brasileira desde 1990, quando caiu 4,35%”, avaliou. 

Com todos estes fatores o economista alerta para uma mudança de hábito dos consumidores para não cair em dívida com os cartões de crédito e entrar para os índices de devedores. 

“O consumidor tem que ser cada vez mais consciente. Eu recomendo que o consumidor compre sempre os produtos não perecíveis em atacadistas e com um maior volume para aproveitar as promoções. E é claro, a velha experiência dos clientes brasileiros em substituições”, disse.


Fonte: Mídia News
Share on Google Plus

Assuntos Relacionados

0 comentários :

Postar um comentário

Deixe seu Comentario