Deputado mostra dedo do meio e xinga grevistas durante sessão em MT

O deputado estadual Gilmar Fabris (PSD) mostrou o dedo do meio e xingou os servidores públicos em greve que se encontravam nas galerias da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, durante a sessão realizada na manhã desta terça-feira (28), quando ocorreria a segunda votação da proposta feita pelo governo do estado para o pagamento da Revisão Geral Anual (RGA).
Por meio de sua assessoria, o deputado Gilmar Fabris afirmou que revidou após ser agredido verbalmente pelos servidores que acompanhavam a sessão. Posteriormente, ele subiu na tribuna e chamou aos servidores presentes de desordeiros, afirmando que quem estava nas galerias não representava a totalidade dos servidores públicos representados por ele durante a sua vida pública e que estavam agredindo não só a ele, como a qualquer deputado que votasse a favor do governo.
“Ele é a favor do governo, votou a favor da proposta e os presentes na sessão começaram a chamá-lo de corrupto quando ele entrou. Daí ele mostrou o dedo do meio, começou a nos xingar, nos chamou de 'vagabundos', chamou para a briga, falando para descermos e brigarmos lá fora [da AL]. Isso não é postura de um representante do povo e não vamos deixar isso sim”, disse.A situação ocorreu no início da sessão, quando o parlamentar entrou no plenário. Um servidor público filmou o momento em que o parlamentar fazia gestos contra a plateia nas galeiras e enviou para a reportagem pelo aplicativo Bem Na Hora. O funcionário público, que prefere não ser identificado, disse que o parlamentar “chamou os servidores para a briga” após ser vaiado e chamado de corrupto pelos servidores que acompanhavam a sessão.
Ao final da sessão, ao deixar o plenário, o deputado voltou a ser xingado e revidou, mais uma vez. De acordo com o representante do Fórum Sindical, James Rachid Jaudy, uma reunião entre os líderes sindicais foi convocada para que eles avaliem se irão pedir a cassação do mandato do deputado Gilmar Gabris por quebra de decoro parlamentar.
“É lógico que o Fórum Sindical não vai deixar isso de graça. Foi uma agressão contra todos nós. Alguns deputados chegaram a pedir desculpas, mas ele não teve humildade nem mesmo para fazer isso. Na reunião, veremos que medidas iremos tomar contra ele”, afirmou.
Deputado mostra dedo do meio e xinga servidores grevistas durante sessão em MT (Foto: Reprodução)Deputado mostrou o dedo do meio e xingou servidores grevistas durante sessão em MT (Foto: Reprodução)












A Central Única dos Trabalhadores (CUT), porém, protocolou durante a tarde, no gabinete do presidente da ALMT, deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB), um pedido de cassação do mandato do parlamentar por quebra de decoro. Além disso, a CUT afirmou que avalia ingressar, na Justiça, com uma ação por danos morais contra Gilmar Fabris, alegando que o deputado atacou a honra e o direito de greve dos servidores.
A assessoria da comunicação da Assembleia Legislativa afirmou que a Casa não deve se posicionar sobre o caso, no momento, porque se tratou de um fato isolado e o parlamentar não agiu ou falou em nome da AL, no momento do confronto com os servidores.
Votação da RGA
Durante a sessão, os servidores vaiaram, viraram as costas e fizeram um “apitaço” quando os parlamentares que votaram a favor do governo do estado, durante a primeira votação da proposta da RGA, subiam na tribuna. Os servidores estão em greve desde o dia 31 de maio e pedem o pagamento integral da recomposição da inflação de 2015, que totaliza 11,28%.
O projeto de lei enviado pelo governo do estado e aprovado em primeira votação pela Assembleia Legislativa prevê o pagamento parcelado de 6% dos 11,28% da recomposição salarial e os demais 5,28% se o estado não estourar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que fixa limite máximo de gasto do estado com a folha de pagamento a 49% da Receita Corrente Líquida.
Nova proposta
Os parlamentares da base governista fizeram uma nova proposta ao governo, de pagar 7,36% dos 11,28% da Revisão Geral Anual em três parcelas. A primeira, de 2%, seria paga em setembro deste ano e outras duas, de 2,68%, em janeiro e abril de 2017. Os outros 3,92% também seriam pagos no ano que vem, mas condicionados à LRF.
Fonte: G1 MT
Share on Google Plus

Assuntos Relacionados

0 comentários :

Postar um comentário

Deixe seu Comentario