A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (30), a operação ‘Rios Voadores’ com o objetivo a desarticular de organização criminosa especializada em desmatamento ilegal e grilagem de terras públicas federais no Estado do Pará. Em Mato Grosso, foram expedidos oito mandados de prisão preventiva. A quadrilha teria mais de R$ 1 bilhão, entre os anos de 2012 e 2015.
Segundo a assessoria de imprensa da PF, em Sinop foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e dois mandados de busca e apreensão. Na cidade de Sorriso foram dois mandados de prisão (um cumprido e outro em aberto), além de uma condução coercitiva e uma busca e apreensão.
Em Guarantã do Norte foram expedidos dois mandados de prisão preventiva e um de busca e apreensão, que estão todos em andamento. As investigações começaram após a Operação Kaiapó, realizada pelo IBAMA, em 2014, por meio de atos de fiscalização no interior e no entorno da Terra Indígena Menkragnoti, situada no Município de Altamira/PA. Foram apreendidas 26 motosserras e 3 motocicletas, além de desmontados 11 acampamentos. Também foram detidas 40 pessoas e identificado o responsável pelo desmatamento da área embargada (mais de 13 mil hectares).
O principal investigado teria desmatado mais 29 mil hectares, entre os anos de 2012 e 2014, sendo multado pelo IBAMA na cifra de R$ 119 milhões. Segundo informações da Receita Federal do Brasil – RFB, a organização criminosa, por meio de pessoas físicas e jurídicas que a compõe, movimentou mais de R$ 1 bilhão, entre os anos de 2012 e 2015, grande parte de origem ilícita ou incompatível com os rendimentos dos titulares das contas.
As investigações da Polícia Federal apontaram ainda que os principais investigados e beneficiados com a prática criminosa eram protegidos por outros membros da organização que serviam como “testas de ferro”. Mediante a falsificação de documentos e outras fraudes, estas pessoas de confiança dos cabeças da organização criminosa assumiam a propriedade da terra grilada por seus “patrões” chegando a admitir a prática de crimes ambientais. Eles preservam o nome dos reais autores da conduta, quando flagrados em fiscalizações do IBAMA realizada durante uma das fases da investigação.
Estrutura criminosa
A organização criminosa estruturava-se em quatro núcleos: 1) núcleo operacional (executam o desmatamento); 2) núcleo referente aos agentes que compram terras desmatadas ilegalmente; 3) núcleo financeiro (financia o desmatamento); 4) núcleo familiar (dissimulação das vantagens econômicas obtidas). O núcleo operacional subdividia-se em i) grupo dos agenciadores de mão de obra, “Gatos”; ii) grupo dos gerentes das fazendas desmatadas ilegalmente; iii) grupo dos “Testas de ferro”; iv) grupo dos agrimensores (produzem cadastro ambiental fraudulentos).
Os crimes investigados são: organização criminosa; falsificação de documentos; a prática, de forma reiterada e habitual, de desmatamento ilegal, ateamento de fogo e grilagem de terras públicas federais, na Amazônia brasileira (visando a criação/venda de gado e plantação/venda de soja/arroz); ocultação e dissimulação das vantagens econômicas obtidas.
Fonte: Olhar Direto
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Polícia Federal prende 8 por grilagem de terra em MT; criminosos movimentaram R$ 1 bilhão
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