MT registra 20 acidentes com vítimas por dia; 64% são homens

Mato Grosso registra, em média, 20 acidentes de trânsito com vítimas por dia. Os dados encontram-se no Anuário Estatístico de Trânsito realizado pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT) e baseiam-se nas 7.312 ocorrências do ano de 2018.

Do total, 64% das vítimas são homens, enquanto que 35% são mulheres e 1% das vítimas não teve o gênero identificado.

Apesar do grande número de acidentes, houve uma redução de 13% em comparação com 2017, quando foram computados 8,4 mil acidentes com vítimas.

Porém, o número de ocorrências de trânsito vítimas fatais aumentou em 9,3% no ano passado. Em 2018, o Governo de Mato Grosso registrou 641 acidentes com vítimas fatais e, no ano anterior, foram 586.

O levantamento ainda apontou que excesso de velocidade, dirigir alcoolizado, uso de celular ao volante e falta de atenção são as principais causas de acidentes no trânsito em 2018.

“No ranking geral de infrações, a que lidera ainda é o excesso de velocidade e, com o uso mais amplo, por mais municípios e em mais vias dos conjuntos semafóricos eletrônicos, mais condutores foram flagrados cruzando o sinal vermelho”, explica o relatório.


Ao todo, foram contabilizados 389 mil de infrações devido ao excesso de velocidade no
ano passado. Em 2017, foram 445 mil infrações nesta categoria.
Em 2018, houve uma redução de 12% nestas infrações.

Nas infrações por dirigir embriagado também houve redução de 27% em 2018.
No ano passado, o anuário contabilizou 3,4 mil infrações e, em 2017, foram 4,7 mil.
Para o Governo, essa diminuição é reflexo das ações de fiscalização das
operação da Lei Seca.

“A ampliação da Operação Lei Seca também flagrou cada vez mais condutores dirigindo
sob a influência de álcool.
É por isso que a fiscalização e ações como a “Lei Seca” vêm contribuindo para salvar vidas,
pois sabemos que o binômio álcool-direção eleva o número de mortos e feridos nas
principais vias do Estado de Mato Grosso”, aponta o estudo.

Casos em Cuiabá

Um dos muitos casos que causou bastante revolta e comoção na Grande Cuiabá
foi a morte do verdureiro Francisco Lucio Maia, de 48 anos.
Ele foi atropelado no dia 14 de abril de 2018 pela médica Letícia Bertolini.

O acidente ocorreu na Avenida Miguel Sutil, no Bairro Cidade Verde, em frente a uma
agência do Banco Itáu.

A médica conduzia um Jeep branco e estava na companhia de seu esposo,
também médico. Ambos teriam apresentado sinais de embriaguez, segundo a Polícia.

Francisco foi atropelado quando terminava de atravessar a via e tentava subir
seu carrinho de verduras na calçada.

O casal de médicos, de acordo com a Polícia Civil, deixou o local sem prestar socorro.
Uma pessoa que presenciou o momento do acidente foi atrás do casal e viu
o momento em que o carro entrou em um condomínio no Jardim Itália.

Na época do crime, Letícia acabou sendo presa, mas logo teve um habeas corpus
deferido pelo desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso,
que substituiu a pena por medidas cautelares.

Reprodução
atropelamento valley
Acidente em frente à Valley Pub matou dois jovens, em dezembro de 2018
No dia 20 de novembro do mesmo ano, o gari Darliney Silva Madaleno, de 41 anos, foi atropelado por um carro que era conduzido pela procuradora aposentada Luiza Siqueira de Farias, de 68 anos.

O acidente aconteceu na Avenida Getúlio Vargas, nas proximidades da sede da Fundação Nacional de Saúde, próximo à esquina com a Rua Presidente Marques.

O caminhão de limpeza estava parado na faixa esquerda da via, realizando a coleta do lixo. Em determinado momento, o Renegade atingiu a traseira do caminhão e também o gari.

Devido à gravidade dos ferimentos, ele precisou amputar a perna esquerda.

O teste do bafômetro foi realizado na servidora, deu positivo para o uso de álcool e ela chegou a ser presa, mas passou por uma audiência de custódia e foi liberada no mesmo dia do acidente, mediante o pagamento de fiança, no valor de oito salários mínimos (R$ 7,6 mil).

Após cinco dias deste episódio, outro gari foi atropelado. Misael Feitosa de Almeida, de 29 anos, ficou gravemente ferido em um acidente na Avenida Arquimedes Pereira Lima, conhecida como Estrada do Moinho, em Cuiabá.

De acordo com a Polícia Civil, um carro, com adesivos de duas empresas de TV a cabo, bateu na traseira do caminhão de coleta de lixo e prensou o trabalhador.

O veículo era conduzido por um homem, que não teve a identidade divulgada e, conforme o teste do bafômetro, estava alcoolizado.
  
Misael fraturou a perna em dois pontos e  precisou passou por uma cirurgia.

Outro caso que repercutiu na Grande Cuiabá, também no ano passado, foi o atropelamento de três jovens na frente à casa noturna Valley Pub, na Avenida Isaac Póvoas, na Capital.

Reprodução
acidente gari
Na Avenida Getúlio Vargas, gari ficou gravemente ferido após ser atingido por um Jeep
O acidente aconteceu na madrugada do dia 23 de dezembro, quando a bióloga Rafaela Screnci da Costa Ribeiro, de 33 anos atropelou as estudantes de Direito, Myllena de Lacerda Inocêncio, de 22 anos - que morreu no local -, Hya Giroto Santos, de 21, e o cantor sertanejo Ramon Alcides Viveiros, de 25. Este último permaneceu internado por cinco dias, mas não resistiu e morreu dias depois.

Segundo a Polícia Civil, a bióloga seguia pela faixa de rolamento da esquerda quando, nas proximidades da boate, atropelou os pedestres. 

Com aparente estado de embriaguez, a mulher foi detida pela PM e se negou a fazer o exame de “bafômetro”.

Diante disso, uma equipe da Polícia Civil elaborou ainda no local um “auto de constatação de embriaguez”, apontando que os sinais da ingestão de álcool eram aparentes. 

Ela foi conduzida a Central de Flagrantes para a tomada de medidas criminais e administrativas. Após ficar detida por um dia, a bióloga passou por audiência de custódia na segunda-feira (24) e foi liberada mediante pagamento de fiança de R$ 28 mil.




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